PANORAMA |
25 DE NOVEMBRO DE 2019 |
ANO XX • N.˚238 |
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25 DE NOVEMBRO DE 2019 |
ANO XX • N.˚238 |
DESTAQUES
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O fundo ARG FIM I apurou rentabilidade de 1,65% em outubro, enquanto o CDI rendeu 0,48%. No ano, o fundo acumula 7,35% (142% do CDI) e em 12 meses rende 7,80%, ou 126% do CDI.
No mês, obtivemos ganhos em todas classes de ativos, com destaque para as commodities. O preço do boi gordo disparou (+5,24%) com o aumento da exportação de carne do Brasil para a China. A estiagem mais prolongada em estados produtores, como Mato Grosso do Sul, também contribuiu com a escassez de animais para abate. O FED e o Banco Central do Brasil cortaram a taxa de juros no final de outubro. O FED deu o recado de que não há espaço para novos cortes. Já no Brasil, com o comunicado do COPOM foi entendido que após mais um corte haverá uma pausa. Os mercados de ações cravaram novas máximas, tanto no Brasil, quanto nos EUA. Retomamos a posição vendida em dólar, acreditando que o movimento de alta nos últimos meses foi pontual e deve reverter. Já em novembro, reduzimos a posição com commodities, iniciamos uma posição em taxa de juros (acreditando na diminuição da probabilidade de mais cortes de juros em 2020) e reduzimos a posição vendida em dólar. |
juros e inflaçãoO CDI rendeu 0,48% em outubro. O IPCA registrou 0,1% no mês, leitura pouco acima do esperado. O COPOM cortou a taxa para 5%ªª na última reunião e deu a entender que fará mais um corte de 0,50%ªª na próxima. A partir daí, o Comitê prega parcimônia e deve fazer uma pausa. As leituras de inflação continuam comportadas e estimulam analistas a preverem mais cortes de juros no primeiro semestre de 2020. O relatório Focus prevê a inflação por volta de 3,6% em 2020, para uma meta de 4%. |
câmbioO Dólar caiu -3,3% em outubro, encerrando o mês cotado a R$4,02. Depois da queda do último mês, o dólar voltou a arrancar e rumou para os R$ 4,20 agora em novembro. A falta de investidores estrangeiros nos leilões de pré-sal frustrou o mercado, que esperava pela entrada de grande quantidade de dólares no mercado. |
bolsaO Ibovespa subiu 2,4% em outubro para novas máximas. Dados mais animadores da economia, a finalização da reforma da previdência e as novas pautas reformistas de Paulo Guedes ajudaram. Já no início de novembro, a frustração do leilão do PréSal, que teve a Petrobras como grande compradora pelo preço mínimo, trouxe algum desanimo para quem esperava um fluxo de investimento estrangeiro, que ainda não veio com o ímpeto desejado. |
BrasilO CAGED reportou a criação de mais 70 mil vagas de emprego em outubro, uma sequência de 7 meses com resultados positivos. Continuamos a ver sinais de uma gradual recuperação da economia, que tem ganhado consistência.
Jair Bolsonaro rompeu de vez com Bivar e pediu desfiliação do PSL. O presidente e seus apoiadores querem fundar outro partido (Aliança pelo Brasil), levar metade da bancada do PSL para o novo partido e conseguir uma fatia proporcional do fundo partidário. Isso não deve ser fácil. A lei não prevê de maneira clara esta manobra e somente com muitas discussões na justiça será possível alcançar estes objetivos. Paulo Guedes enviou um pacote de PECs que pretende reformar vários temas espinhosos, como a sustentabilidade financeira de milhares de municípios. Ainda é cedo para entender a aceitação das medidas, quais alterações o Legislativo proporia e o que poderia ser aprovado. O pacote é uma sinalização na direção correta e gostamos da estratégia de colocar temas espinhosos para discussão. O STF mudou o entendimento da execução da pena após julgamento em segunda instância e, no dia seguinte, o expresidente Lula foi solto em Curitiba. Lula deve dar mais voz e coesão à oposição e acreditamos ter um efeito positivo para o governo Bolsonaro, pois exigirá mais foco e menos erros (Carlos Bolsonaro já saiu das redes sociais). Lula permanece inelegível e, a menos que sua condenação seja cancelada (o que já é tema de um pedido de seus advogados no STF), deve atuar apenas na articulação e propaganda. Já se esperava que o STF fosse por este caminho e a influência dela no mercado foi pouca. Contudo, se a condenação dele for cancelada e ele recuperar seus direitos políticos aí sim teremos uma reação bastante ruim. |
Mercado internacionalO mercado de ações americano tem marcado novas máximas com o anúncio de que os EUA e China irão fazer um acordo comercial provisório, enquanto os pontos mais sensíveis ficam para uma próxima etapa. Ainda que as notícias indiquem idas e vindas o acordo inicial já é dado como certo e já está precificado nos números do mercado. Este acordo seria assinado no Chile, mas o encontro foi cancelado devido aos protestos no país.
O FED cortou a taxa de juros pela terceira vez em 2019 e sinalizou que deve fazer uma pausa, aguardando por novos dados antes demudanças na política monetária. O último corte teve menos apoio no comitê e a maioria dos membros veem o status atual como bem calibrado para as condições econômicas. O processo de impeachment contra Trump avançou na Câmara. Em votação para abertura do processo, o placar ficou 232 a favor versus 196 contra, mas isto já era esperado visto que a Câmara é dominada pela oposição ao Trump. A estratégia dos democratas deve ser de manter o processo aberto pelo tempo mais longo possível, desgastando o presidente Trump durante o período eleitoral. Do lado dos democratas ainda não despontou um adversário forte para Trump e Michael Bloomberg entrou na corrida para brigar por este posto, o que é bom. Elizabeth Warren, uma das favoritas para a nomeação democrata tem ideias heterodoxas e sua candidatura acrescentaria um grande risco aos mercados. Na Europa saiu de cena o italiano Mário Draghi e entrou a francesa Christine Lagarde, que comandará o Banco Central Europeu. Lagarde assume o comando do Banco Central com a política monetária a todo vapor e sem muito espaço para agir, sob este aspecto. Acreditamos que para ela ter sucesso na retomada do crescimento europeu ela terá que fazer um trabalho político, convencendo alguns países (principalmente a Alemanha) a afrouxarem sua política fiscal (aumento de gastos, corte de impostos ou ambos). Também terá que trabalhar duro para recuperar a solidez e melhorar a integração do sistema bancário da Europa, que ainda está envolto em uma série de problemas. Ao contrário dos EUA, que rapidamente solucionou o problema dos seus bancos na crise de 2008. |
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